Ambientalista defende firmeza do Brasil na COP21 sobre redução do desmatamento
| |Representantes da sociedade civil e parlamentares discutiram hoje (24), na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), contribuições para a Convenção das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP21)), e o diretor de políticas públicas da organização não governamental SOS Mata Atlântica, Mário Mantovani, o Brasil precisa de uma posição firme em relação à redução do desmatamento.
A COP21 começa no próximo dia 30 de novembro, em Paris, e os países participantes devem apresentar até 1º de outubro as propostas de redução de emissões de gases de efeito estufa.
“O Brasil não pode ser covarde. O que nós estamos vendo hoje é a falta de posicionamento do país, por exemplo, sobre o tema do desmatamento. O Código Florestal foi a antítese disso, autorizou o desmatamento”, disse Mantovani sobre a legislação aprovada em 2012, que flexibilizou alguns aspectos das leis ambientais. Uma posição firme em relação ao desenvolvimento sustentável pode, segundo Mantovani, trazer até benefícios ao agronegócio.
Os benefícios para a imagem das empresas preocupadas com o meio ambiente também foram destacados pela secretária estadual de Meio Ambiente de São Paulo, Patrícia Iglecias. “Estamos trabalhando junto às empresas para termos protocolos voluntários de redução de emissões [de gases]. Isso é fundamental, porque as empresas podem trabalhar com economia e usar isso como elemento de imagem [da empresa]. Quanto mais houver essa cooperação voluntária, melhor”, disse ela, sobre as ações desenvolvidas pelo governo estadual.
Além disso, problemas atuais, como a crise hídrica no estado têm relação, de acordo com a secretaria, com os efeitos das mudanças no clima: “Quando se olha em outros países, a visão é também que esses eventos, do ponto de vista do clima e da água, estão totalmente relacionados com a temática das mudanças climáticas. Isso os cientistas têm levantado em diversos lugares do planeta”.
O coordenador da Frente Parlamentar Ambientalista, o deputado federal Sarney Filho (PV-MA) disse que a aproximação da sociedade civil com o Legislativo é uma maneira de dar vazão às demandas da população.
Caberá à Câmara e ao Senado, lembrou Sarney Filho, aprovar possíveis acordos internacionais assinados com o objetivo de reduzir as emissões de poluentes. “Também vai depender dele as leis e a aprovação de qualquer acordo internacional, daí a importância de fazermos uma união forte do Legislativo com a sociedade civil”, acrescenta Sarney Filho.
Editor Jorge Wamburg