Escritora de ficção tem cérebro congelado para reviver no futuro

Uma escritora chinesa de ficção científica, que morreu vítima de câncer pancreático em maio, teve seu cérebro congelado para um dia, talvez, ver o futuro. O órgão está na Alcor Life Extension Foundation, que divulgou a notícia no dia 19 deste mês. A organização americana é especializada nesse tipo de processo.

O custo da preservação do cérebro de Du Hong foi de 120 mil dólares (algo como 475 mil reais, em conversão direta). De acordo com o site chinês People’s Daily Online, a organização americana ficará responsável pelo congelamento, a -196 ℃, e armazenamento do órgão de Du – e não pelo seu ressuscitamento.

A escritora acreditava que pesquisadores encontrarão um método de trazê-la de volta à vida dentro dos próximos 50 anos. No entanto, ela também estava disposta a ser somente parte de um experimento futuro desse tipo.

Para reviver, seria necessário que médicos conectassem o cérebro de Du com a medula espinhal e reanimassem o seu centro nervoso.

A escritora ganhou o prêmio de Hugo Awards 2015, na categoria melhor romance. Na trama de seu livro, um personagem passa por um congelamento criogenico e consegue ser despertado no futuro com uma tecnologia avançada de clonagem.

Ao South China Morning Post, o professor Huang Wei, da universidade de Sichuan, afirmou que o procedimento não é realizável no “futuro previsível”. O acadêmico lembra que o tempo que conseguimos manter um órgão vivo para um transplante já é muito curto e manter um cérebro congelado hoje para trazê-lo de volta no futuro não será fácil.

Levar o cérebro de Du para os Estados Unidos não foi um procedimento simples. Ele levou mais de vinte dias – ela morreu dia 30 de maio e chegou ao país em 25 de junho. Nesse meio tempo, o órgão foi mantido resfriado com gelo seco e teve de ser transportado junto com o corpo da escritora para os EUA.

Não é possível afirmar se ressuscitá-la será ou não possível. Mas a Alcor Life Extension Foundation informou que recebeu mais um pedido como esse logo após receber o de Du.

Hal Finney, pioneiro no uso da moeda digital bitcoin, que morreu em 2014, também passou por um processo de congelamento como esse.

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