Astrônomos propõem telescópio de altíssima definição para encontrar planetas habitáveis

Um grupo de astrônomos apresentou nesta segunda-feira (6) os planos para o High Definition Space Telescope (HDST), um observatório espacial futurista que irá substituir o Telescópio Espacial James Webb, que ainda nem foi lançado pela Nasa.

O telescópio proposto deverá ser enviado para uma área que está a quase 2 milhões de quilômetros distante da Terra. Seu objetivo será registrar imagens de planetas semelhantes à Terra ao redor do Universo, os chamados “exoplanetas”.
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A Associação de Universidades para Pesquisa em Astronomia (AURA, na sigla em inglês) apresentou o conceito no Museu Americano de História Natural, em Nova York, durante uma conferência comandada pelo astrofísico Neil deGrasse Tyson.

O HDST seria lançado apenas daqui 25 anos. Isso porque o James Webb, sucessor do Hubble, deve ser lançado pela Nasa em 2018 e irá usar tecnologia de infravermelho para registrar partes inéditas do Universo.

Atualmente, o James Webb é considerado o telescópio mais moderno de todos os tempos, superando o Hubble em tamanho e capacidade. Mas seu objetivo será investigar a formação do Universo. O HDST seria complementar ao James Webb.

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O grupo de astrônomos alega que a humanidade ainda não tem as respostas para algumas das maiores questões da humanidade: “Estamos sozinhos no Universo? Existem outros planetas parecidos com a Terra? Existem sinais de vida alienígena? Como a vida surgiu a partir de um universo sem vida?”. A AURA afirma que, com o telescópio certo, finalmente poderemos resolver esses problemas.

E esse telescópio seria o HDST. Após ser lançado, o objetivo do aparelho seria registrar exoplanetas que estejam orbitando as proximidades da Terra. Essa missão é similar a do Kepler, observatório espacial lançado pela Nasa em 2009 para encontrar exoplanetas que estejam na Via Láctea, nossa galáxia.

Agora, graças ao Kepler e outros observatórios terrestres, encontramos 2 mil exoplanetas no universo. A maioria deles ainda não foi vista diretamente, mas astrônomos estimam que existam outros 11 bilhões de planetas com o tamanho da Terra orbitando estrelas como o Sol nas chamadas “zonas habitáveis” da Via Láctea.

A AURA quer um telescópio melhor para investigar esses mundos. O HDST seria, essencialmente, o telescópio James Webb, mas com um Kepler instalado nele. Mas, ao contrário do Kepler, o HDST seria desenvolvido para tirar fotos dos exoplanetas.

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Por enquanto, os cientistas usam imagens indiretas para catalogar exoplanetas, observando as sombras que ocorrem quando eles cruzam na frente de suas estrelas hospedeiras. O HDST seria capaz de observar diretamente esses planetas, usando comprimentos de luz capazes de caracterizar diretamente a atmosfera de um planeta, algo importante para definir se esses corpos celestes podem ou não ter vida.

“Se a vida é rara, o HDST poderia nos tirar de nossa completa ignorância da taxa de ocorrência de mundos inabitados para uma primeira estimativa, potencialmente mostrando quão fantástica é nossa existência”, afirma um comunicado da AURA.

Algumas das tecnologias necessárias para transformar o HDST em realidade ainda não estão prontas. Para poder capturar com precisão a atmosfera de um exoplaneta, os astrônomos irão precisar de uma técnica ainda em desenvolvimento chamada “supressão de luz estelar”.

Muitos desses mundos orbitam estrelas muito brilhantes que cobrem de luz os exoplanetas, tornando extremamente difícil enxergá-los. Alguns deles são 10 bilhões de vezes mais opacos do que suas estrelas hospedeiras. A supressão de luz estelar, na teoria, bloquearia a luz da estrela para um bilionésimo da luminosidade real, permitindo a detecção direta dos planetas que a orbitam.

Fonte: AURA

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